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19 julho 2012

Surdos Oralizados: Nós Existimos!


Que Saudaade do Blog, é pouco visitado, mas daqui a um ano será novamente conhecido, a culpa é toda minha, não tenho muita paciência para mexer nesse abandonado! Rsrsrs. Como sempre deixo claro, meu blog é exclusivamente pessoal, igual um diário, então escreverei aqui uma coisa bem legal, para os leigos!

Em primeiro lugar não somos uma nova raça e nem cultura, estamos completamente inseridos na sociedade “ouvinte”, somos independentes, falantes, a maioria não sabe LIBRAS, alguns são bilíngues (LIBRAS e oralizados), fazemos leitura labial, usamos aparelhos auditivos, alguns são implantados, alguns até ouvem muito bem com aparelho e sem leitura labial, e nossa primeira língua é a querida Língua Portuguesa, isso mesmo, essa maravilhosa língua que nos dá acima de tudo a independência de ir e vir.

Uma coisa importante que me esqueci de colocar acima, todos nós FALAMOS, há um mito em torno da surdez, a maioria dos leigos acredita (quase que uma certeza, que chega a ser assustador) que todo surdo é MUDO, não é bem assim! Como eu disse logo acima, esse post é para os LEIGOS, especialmente para meu querido Amapá.

Aqui a informação sobre a existência de surdos oralizados é precária, sempre que vou a algum lugar e conheço uma pessoa nova, esta sempre começa falando comigo em gestos, eu digo logo que sei fazer leitura labial e posso falar,antes me frustrava com isso, hoje não, sou sempre sincera. Já aconteceu de eu conhecer professores, pedagogos e chegam falando em LIBRAS comigo, mas eu não entendo, é claro, eles me olham com repulsa, eu explico, na maior educação possível.

E descobrir, graças à linda internet, navegando e pesquisando, a existência de muitos surdos oralizados, primeiro eu comecei lendo o Blog de Lak Lobato (Desculpe Não Ouvi) e depois apareceu o Blog de Paula Pfeifer (Crônicas da Surdez), e graças ao Blog de Lak Lobato eu descobrir o Blog de Só M Ramires (SULP- SURDOS USUÁRIOS DE LÍNGUA PORTUGUESA), Lak Lobato fala de sua experiência sobre ser implantada (Implante Coclear) e Paula aborda vários assuntos muito legais em torno da surdez,e Só Ramires  fala exclusivamente de um tema que mais amo, melhoria da acessibilidade para surdos que usam, em primeiro lugar, a língua portuguesa, enfim, todas falam da falta de acessibilidade para os surdos oralizados, como nós somos, experiências, aparelhos auditivos e tudo o mais  e fora o vários comentários que os blogs recebem , é claro sempre servindo de inspiração para eu dar continuidade ao meu blog vagabundo! Rsrsrs

Ser surdo oralizado, no meu ponto de vista, acredito que da maioria também, é conquistar sua independência no mundo, o prazer de falar, de conversar com todo mundo, ouvir música, de ouvir com ajuda da tecnologia 
etc.. é simplesmente cativante e viciante, todo dia é uma aventura e um orgulho. Chamo isso de ADAPTAÇÃO, e nossa adaptação na sociedade é completamente diferente de uma pessoa “normal”. Abaixo vai algumas características da nossa sobrevivência:

·         Não falamos ao telefone, porém há exceções naqueles que conseguem ouvir pelo telefone com o uso de aparelho auditivo, já eu não chego perto disso, escuto uma voz do além no telefone (Não entendo nada! RS)

·         Fazemos leitura labial, alguns fazem o uso dela para entender melhor pelo aparelho auditivo, é como eu, difícil eu entender fonemas pelo aparelho, tenho que sempre prestar atenção nos lábios.

·         Adoramos acima de tudo tecnologia, há muitos surdos oralizados com todos os tipos de grau de surdez (parcial a severa), há aquelas que nasceram surdos e são implantados desde bebês ou na adolescência ou adulto ou simplesmente fazem o uso de AASS, e utilizaram de artifícios como fonoterapia para não perder a fala, há aqueles que ficaram surdos depois de ter aprendido a falar (no meu caso, eu fiquei surda, mas não era alfabetizada), muitos aderem à tecnologia para não perder a falar e a capacidade auditiva de reconhecer sons.

Porém, sempre há uma barreira freando a melhoria da acessibilidade para surdos oralizados (falarei disso no próximo post). Bom! Espero que tenham gostando, estou meio enferrujada para escrever, mas o tempo me dará muita inspiração! heehehe

Beijos do Ouvido!

5 Comente!:

soramires disse...

Gabi tô com ciúmes você visita o blog da Lak e o da Paula e não visita o meu. Buááá! Gostei do seu texto e mandei pros meus amigos todos. Hoje estou contente porque conheci em pessoa mais um amigo virtual, é surdo implantado e fala super bem. Batemos um papo gostoso graças à bendita tecnologia!

Gabi VA. disse...

Nossa, eu sempre visito o seu, inclusive, esqueci de colocar no meu blog!!! Nossa o teu é mega importante pra mim, já já vou editar minha postagem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ah, conhecer um amigo sempre é bom, nada melhor que trocar experiências!

Lak disse...

Adorei, Gabi... divulgando... Beijos

Anônimo disse...

Língua Portuguesa e Língua Brasileira de Sinais me deram nojo. Porém necessito utilizar pela comunicação! Sou implantado que não gosto das músicas e enjoo ouvir os sons. Assumi ficar surdo sem sons! Me tranquilizar bastante. Sou bilíngue entre LP e LBS.
Não existe caso perfeito para ajudar surdo melhorar a ouvir. Treinamento é um grande saco a aprender ouvir todos os dias sem parar.
Só que para ouvintes perdem audições e são suficientes fazer implante coclear para ouvir e perceber suas fonemas rapidinho para entender do que nós surdos fudidos. O importante é utilizar LBS para quebrar as barreiras para sermos igualdade e nós nos respeitamos dessas comunidades diferentes.

Gabi VA. disse...

Olá senhor Anônimo, respeito sua escolha, cada caso é um caso, sempre existirá diversidade dentro da deficiência.

Nunca é uma meta atingir a perfeição para ouvir tudo, já eu não consigo ficar tranquila sem ouvir uma musiquinha, riso de criança e quase tudo que consigo ouvir com aparelho auditivo, todo treinamento é um saco, o importante é o resultado.

Há casos que o implante deu totalmente certo em em pessoas que nasceram surdas e ficaram surdas antes de começar a falar.

Sou contra a obrigação da LIBRAS, pra mim, o importante é sempre buscar melhoria na acessibilidade pra quebrar barreiras e há várias delas para conquistar a igualdade.

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