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27 janeiro 2010

O homem que jurava que estava ficando surdo.

Eu conto esse fato hilário da vida real pra todo mundo que um dia pode se transformar numa das piadas mais famosas do mundo!


Eu e minha amiga Raylene acabamos de sair da escola Moderno e fomos pra parada de ônibus. Ficamos lá um bocadinho de tempo e veio nosso ônibus. Nós sempre sentávamos atrás do ônibus, era mais divertido porque o ônibus balançava mais! Rsrsrs


Sentamos lá e começamos a conversar, como ela pego a mania comigo de fazer leitura labial, então a gente passava a maior parte do tempo falando mudo, mudo mesmo e não saia nenhum sonzinho sequer
.
Ficamos um tempão falando assim, horas e horas conversando, e conversa aqui e ali, sobre meninos, escola, homens gostosos, namorados e sobre o menino que ela era afim, na verdade louquinha até demais. Rsrs


Ai do nada um cara que estava sentado atrás de nós tocou no ombro da minha amiga, eu estava sentava na janela, o cara meio que colocou o rosto dele inteiro bem no meio do meu ombro esquerdo e no ombro direito da Raylene e fez essa exata e maravilhosa pergunta:


___ Oi, eu queria saber se eu estou ficando surdo? Porque vocês estão falando aí e eu não estou ouvindo nada!


Minha amiga Ray começou a rir, e fiquei na minha porque não tinha entendido nada do que o cara tinha falado e eu com cara de assustada me perguntando o que esse intrometido estava querendo fazer bem perto da nossa cara. E a Ray disse:


___ Não! E riu. É que nós estamos falando mudo.


Isso eu tinha entendido, mas nem me toquei na hora porque ela tinha falado isso.

Ai o cara se afastou com cara de desespero e disse:


___ Ah sim, é que eu achei que tava surdo...


E a coitada da minha amiga ficou rindo lá sozinha à toa e eu com cara de pateta perguntando o que ele tinha dito.


E ela me explico tudinho eu comecei a rir muito, e olhei pra trás pra ver o rosto dele e ele tava rindo também.


Bora rir gente?
ahuahuahauahuahuahuahauahuahuahauahuahuahauhauahuahauhauahuhauhauahuahuahauhauahuahauhauhauahuahauhauhuahauhauhauahauhauhauahuahuahauhauahuahuahauhauhau


Moral da História: o surdo de verdade é que não tava entendendo nada!




Minhas Amigas: Ray na primeira, eu no meio e a terceira é Xiba (essa não pode faltar aqui). Grandes Amigas.


Relendo o Post

Hoje eu reli o post “Vestibular é isso aê!


Admito que não gostei muito, mas já foi publicado, posso apagar mas não quero. Mas tudo bem!
Eu esqueci completamente de acrescentar coisas que considero interessante no meu ponto de vista.


Aí vai uma crítica boa e ruim.


Digamos que eu nunca me acostumei em fazer prova com acompanhante, eu acho desnecessário para mim, não sei para outros surdos, sejam oralizados ora sinalizados. O que mais que deixa um tanto com dor de cabeça, é o modo como os acompanhantes nos tratam, eles querem explicar a prova além da conta meio que querendo fazer a nossa prova.


Quando eu estava no primeiro período com 5 anos eu já sabia ler, tinhas meus erros gramaticais no mesmo nível que as crianças normais, e isso foi uma vitória para meus pais, mas a minha dificuldade, era a interpretação. Então quando passei no primeiro período minha mãe resolveu me matricular novamente no primeiro período, justamente para aperfeiçoar a minha capacidade de interpretação textual. Isso foi muito bom, reforcei mais ainda o meu português e aprendi a ler e a escrever melhor e enfim a interpretar melhor, porque segundo minha mãe, eu não sabia mesmo, eu viva perguntando o que era isso ou aquilo.


Devido ao meu bom desempenho nessa questão, eu consegui chegar a um bom nível de interpretação. E a maioria dos surdos, especialmente aqueles que não conseguiram ter um bom treinamento, seja pela falta de um fim financeiro e até mesmo pela falta do apoio familiar, apresentam certa dificuldade de interpretação textual, e muitas vezes não conhecem a gramática ao todo. Isso dificulta muito para desenvolver uma redação e até interpretar uma pergunta ou um texto de qualquer fim informativo e é ai que entram os acompanhantes em provas como vestibular e concursos públicos.


E como em toda minha vida, na escola e na universidade atualmente, eu não precisei de acompanhantes, meu desempenho sempre veio de mim mesmo, o que me irrita é que é obrigatório ter um acompanhante no seu lado senão você não pode fazer parte daquela porcentagem destinada aos portadores de deficiência, eu admito sem medo que gosto de fazer parte porque é mais fácil passar hauhauahuahuahauhauahuahua. Pelo mesmo a universidade exigiu isso de mim, vai saber né!!


Portanto o dever dos acompanhantes é explicar a eles, o que o texto pede e fala, o que infelizmente é errado, porque a maioria não sabe ler sabendo muito bem que eles  são capazes disso e os acompanhantes fazem com que eles não tenham a vontade de ler e estudar interpretação textual. Essa relação de dependência me incomoda um tanto no meu nervinho....


E o ruim disso tudo, aqui em Macapá alguns são assim, digo a maioria e não sei se fora do meu estado a situação é a mesma, eu sou surda oralizada e não preciso de acompanhantes e eles vem querer me explicar sem eu pedir e por educação eu deixo eles fazerem isso, fico com pena deles, que precisam conhecer mais sobre todos os tipos de surdos que existe nessa face da terra, que a necessidade de cada um é diferente. Eu quero muito que minha linda cidade um dia chegue a esse nível. E o pior, todos os acompanhantes começam a falar em Libras comigo e vocês imaginam como fica minha cara?? HÃ?? Hi?? O que?? É mesmo?? Não entendo nada! Ai eu falo toda sem graça: não sei libras hi....... Em vez de eles perguntarem: você faz o uso de libras ou leitura labial?


Eles são sim importantes para aqueles que precisam deles,  mas seria melhor sem aquela dependência  incalculável? Ensinar a todo surdo que ser independente é o único modo de sobreviver.
Obrigada!

26 janeiro 2010

Meus Medos...

Não sei vocês como surdos oralizados já passaram por isso, mas eu já!
A infância toda pra mim foi normal, eu sabia que era surda mas não sabia o quão surda era hauahuahua. Descobrir só mais tarde, sério mesmo, como era minha deficiência, nunca me assustei, achava também que todo mundo era surdo. Hehehehe

Eu comecei a reparar quando fui entrando na puberdade, como eu ainda não tinha aquela articulação de ser sincera com as pessoas a respeito da minha surdez, às vezes era por simples vergonha, mas eu apanhei muito pra parar de ser fresca com isso, o meu maior medo era: será que vou encontrar um namorado? Será que ele vai gostar de mim como sou? Eu já tive vergonha da minha voz e até de usar aparelho auditivo, porque me sentia um bicho de 10 cabeças onde todo mundo me olhava e isso me incomodava. Mas graças a minha irmã, que sempre me aconselhava que eu não posso ser assim de jeito nenhum que isso só vai me trazer problemas, e ela tinha toda a razão, hoje tenho uma mente e alma em paz com minha surdez hehehehe.

 O meu maior colapso como surda oralizada foi, quando eu tinha 14 anos, eu fiquei sabendo que tinha um programa para implante coclear, eu fiquei tão feliz e com muita expectativa em poder voltar a ouvir de novo. Fiquei sabendo pela internet, a sede ficava em São Paulo, se não me engano em Baurú, espero ter acertado esse nome huahauahua. Eu e a mamãe fomos atrás dos exames que eles pediam, audiometria e tomografia computadorizada da cóclea e mandamos para o endereço e tudo e ficamos uns 3 meses esperando a resposta.

E se passaram 3 meses...(mais suspense logo!rrsrsrsrs)...

Chegou uma carta para mim, e tava tão nervosa e no meu lado estava papai e a mamãe. Eu abrir a carta e li, não era nada bom, a carta pedia desculpas, dizia que eu não fui aceita devido ao estudo detalhado do exame, um dos motivos era que minha cóclea estava em perfeito estado sem anormalidade e por esse fato, não é recomendável o uso do IC. A primeira coisa que fiz foi chorar, a ficha realmente tinha caído pra mim, chorei desesperadamente e papai e mamãe me aconselhando que eu ia ficar bem...Mas que nada, entrei em depressão durante 3 anos, foi horrível, virei igual aquelas góticas e comecei a fazer um monte de poemas rrsrsrsrsrsrsrs. Mas falando sério, a minha depressão foi meio grave, pensei muita besteira, fiquei em depressão com 15 anos e melhorei mesmo de absoluto com 18 anos. Hoje tenho 22 anos, e meu aniversário (erro de ortografia aqui! nesse momento do arrumando rrsrs) é HOJE, dia 26 de janeiro. Hoje sou tão feliz senão nem tinha publicado esse Blog! Se vocês quiserem ler meus poemas, posso publicar!. Hoje vejo meus poemas como uma arte muito antiga.

Não vou dizer que foi fácil, toda criança, adolescente e adulto, vai passar por esse colapso de inexistência quando descobre que é surdo, que seu modo de comunicar é diferente, mas coloquem na cabeça que é só isso, porque afinal, nós sofremos, amamos, erramos, julgamos, brigamos, choramos, birramos, gritamos, como todo ser humano mais mortal da terra independente de seu tipo de deficiência ou simplesmente sem deficiência nenhuma, mas acima de tudo, temos que sempre superar, essa é a chave do aperfeiçoamento pessoal, superação cabe pra todo mundo e não só pra quem é surdo, cego, paralítico e por ai vai. Superação é a palavra que descreve a vida que nós vivemos.

Vestibular, é isso aêe!!

Depois que terminei o primeiro ano do ensino médio no Cedap, eu sair e fui pra outra escola chamada moderno, onde passei o segundo e terceiro ano.
Me dei bem também, mas já tava cansada de estudar hauhauhauhaua, eu não via a hora de entrar numa universidade. Depois que terminei fui fazer cursinho no Podium mas passava a maior parte dormindo lá rarararara, estava de saco cheio, sério gente, eu passei a vida estudando, sempre amei estudar, ler, escrever, o meu esforço constante em querer sempre me da bem nas matérias ajudou muito a ter o conhecimento bem fixado na memória.
Fiquei uns dois meses fazendo cursinho, e me lembro que fui fazer minha inscrição pro vestibular e lá pedia para relatar se você tinha uma deficiência, eu disse que sim, ai depois perguntava se eu precisava de acompanhamento, eu disse que não. Ai três dias antes da prova, no meu formulário de inscrição tava escrito que eu não tinha deficiência, eu fiquei com medo, te juro, porque seria mais fácil eu passar se eu fizesse parte daquele pequeno porcentos de vagas para deficientes hauhauahuahua, mas mesmo assim, como era tarde demais, não queria perder esse vestibular eu fui fazer sem mais nem menos.
 Fiz a prova objetiva na boa e fui pra casa, esperei um mês pra sair o resultado, aquela tensão toda da família,  o medo, a expectativa e não sei o que passava pela minha cabeça. PASSEIIIIIIII, fui classificada na primeira fase da universidade federal do Amapá!!
A segunda fase foi um horror, a prova tava cansativa e era prova discursiva e inclua redação. Pensa, eu tive que fazer com acompanhante nessa fez por causa do problema que deu na primeira fase, eles não colocaram como deficiente auditiva, mas é claro, tive que aproveitar a oportunidade de passar num é? Hauahuahauhua
A mulher que me acompanhava me irritou muito, não sei como ela trabalha com surdos, ela me tratava como uma coitadinha, ficava toda hora tentando me explicar tudinho na prova como se eu não soubesse de nada, fiquei muito p.. com essa mulher. E eu tive que me segurar com ela...mas até que segurei atééééé terminar a prova, como deixei minha redação pro final, eu já estava muito cansada, fiz tudo, ai ela disse que queria ler....Eu olhei pra ela com cara de... não sei o que. Ela leu e tudo e disse pra refazer porque estava fugindo do tema. Eu só fiz de pegar e refiz a redação desgraçada, mas ela ficava só de olho na minha redação e ela teimava em querer corrigir minha prova quase que querendo fazer a prova pra mim. Eu não entendia a dela, nunca me dei mal em redação, no Enem eu tirei 9.5 pontos e na escola só tirava nota boa, se a redação estava errada, melhor os caras lá da universidade corrigisse e não ela. Eu refiz tudinho e entreguei, ai falei assim: não sei porque você me trata assim, fica corrigindo como se tudo estivesse errado, eu não sou pateta assim, sei o que estou fazendo.
Sai de lá achando que nem ia passar nesse vestibular que fiquei desesperada, porque ela passou a impressão que toda minha redação estava errada. Mas daí, passei, eram 30 vagas e fiquei em 17º  lugar hauhauhauhauahua.

É! aqui em Macapá, os esducadores de surdos precisam muito melhorar, pra mim, ainda falta mais conhecimento, especialmente sobre a diversidade dentro da deficiência.


Escola pra lá escola pra cá!

Morei em Belém até 1995, e voltamos pra Macapá nesse mesmo ano, o motivo foi que minha mãe não tinha conseguindo um emprego fixo em Belém, então tivemos que voltar.

Depois de toda aquela confusão de mudanças, minha mãe resolveu procurar uma escola particular, ela foi numa escola chamada Santa Mônica, chegando lá, os funcionários de lá queriam que eu fizesse uma prova pra testar minha “capacidade”. Isso mesmo, eles foram um tanto, tanto idiotas, a ponto de pedir isso e acabei não sendo aceita. Porque eles reclamaram pra mamãe que eles não tinham professores para acompanhamento, minha mãe ficou olhando a cara de idiota deles e disse que eu não precisava que sabia me virar sozinha, mas eles não acreditaram. Fomos a várias escolas, e uma delas, particular disse que não tinha mais vagas. Minha mãe ficou muito triste que chegou a chorar.
Até que encontramos uma escola particular chamada de Cei, que hoje se chama Cedap, fui muito bem recebida pela diretora Conceição, onde eu e minha mãe a agradecemos muito, e minha mãe certifico que eu não traria problemas pra eles.
Lógico que nem dei problemas pra ela, sempre me dei bem, fui boa aluna, tirava notas boas, fiz muitos amigos e até hoje falo com eles.
Quando as professoras passavam ditado, eu ficava bem no lado de um colega e copiava do caderno dele o que não entendia, e até fazia toda a leitura labial e escrevia tudo no caderno hehehehe
Quando eu não entendia o que o professor dizia, às vezes eu nem chegava a perguntar, eu mesma ia atrás, ia a bibliotecas e começava a ler e aprendia tudinho. Mas sinceramente, sempre me senti parte dos amigos, da escola de todos. 

22 janeiro 2010

Façam o que eu Digo e Não o que eu Faço!




Essa frase acima descreve quem eu sou!

Quando somos surdos, temos nossos micos, e devemos levar isso na Boa! Que nem sempre eu levo!

Um exemplo que eu faço e não recomendo de jeito nenhum pra quem é Surdo, seja oralizado ora sinalizado.

  • Nunca Finja que você entendeu o que a outra pessoa te falou, peça, mesmo sendo chata, que a pessoa repita quantas vezes for para te falar até você entender, se você é surdo oralizado que nem eu que fala que nem um papagaio chato, e faz leitura labial, mande o fulano seja quem for, até um assaltante que ta pedindo pra você fazer algo naquele momento de tensão e desespero, pelo amor de Deus mande repetir várias vezes até você entender, porque é fato: não é todo mundo que vamos entender os lábios, a repetição leva a perfeição.
  •  
  • Nunca sinta vergonha da sua voz, a voz de um surdo oralizado é diferente, é como se nós fossemos estrangeiros. Eu quando criança morria de vergonha, hoje, meu amigo, to andando e mostrando a bunda.
  • Quando conversamos com alguém que acabamos de conhecer, essa pessoa, com certeza, vai te perguntar, se você é daqui ( se é brasileiro), nunca minta que não é, que é do Japão ou melhor da índia, mas sua mãe fugiu com um americano por isso que você é branca de cabelos loiros enrolados! Hã??

Eu já fiz isso, uma vez eu estava numa praça veio um vendendo de picolé e começou a conversar comigo, ele me perguntou se eu era daqui eu disse que não, que era de Portugal, ai prooonto:

O vendedor:
__ Você realmente parece ser de fora!

E eu me segurando pra não rir.

O vendedor:

__ Me conta como é lá em Portugal??

Eu fiquei pensando e fui inventando.

___ Lá é lindo, é uma cidade onde tem um monte de montanha!

O vendedor:

___ Deve ser lindo lá! E você o que faz aqui?

___ To passeando, vendo essa cidade linda de Macapá.

Ai ele foi embora pra minha sorte! Realmente eu me matei de tanto rir depois e fiquei pensando “coitado ele acredito..”

Não Façam Isso!!! É feio gente, que coisa! rrsrsrsrsrsrsrs

  • Nunca fiquei com raiva quando seu pai, sua mãe, amigo, tio, tia, falam pra você tentar acerta a pronúncia direito! Eles só querem o seu bem!

É isso aê, se eu lembrar de mais coisas referentes a este assunto contarei a vocês!

Achei Hilária essa foto, eu não suporto o flamengo, lógico, por isso coloquei! Essa foto foi copiada do site Ministério da Cultura sobre Vidas Paralelas. Mas olha a cara de felicidade do vendedor de picolé! :)

21 janeiro 2010

Quando Uma Abelhinha Me Morde.....


Pensando bem, notei que por aqui eu só coloco fatos da vida passada, o único fato presente que postei está no início do meu Blog. (Um Constrangimento me leva a minha Luz, sobre o meu estilo de vida como surda Oralizada)

Quando uma abelhinha me morde (fiquei tão feliz quando coloquei a abelhinha no fundo do Blog, com uma ajuda especial do Paulo Afonso, o “personalizador “ da foto ao lado direito, te juro gente, eu me matei tentando colocar esse fundo, acho que foi 24 horas tentando, eu estava quase desistindo até que veio uma Luz:

___ O Paulo!!! É mesmo ele sabe mexer nisso!

Então pedi pra mamãe ligar pra ele, e na mesma hora ele fala que estava no MSN que eu podia entrar e falar com ele e resolver o problemão! Mas olha que problemão! Minha coluna e meu pulso até agora (nesse exato momento) estão doendo, mas ta doendo!

Eu que passei 24 horas nisso e nada pro meu azar, e ele fez em questão de 5 minutos! Vê se pode uma criatura dessas tão, mas tão fera no que faz, terminar numa velocidade da luz???? E olham que falam por ai que editar HTML é a coisa mais fácil do mundo! Fácil? Fácil como, o quê, hã?? Meu filho! Porque então eu passei 24 horas nisso?!! (Sério gente! Não to mentindo, foram exatas 24 horas, desde ontem, dia 21 de Janeiro).

Ironicamente, eu sentia que nesse momento uma abelhinha tava me mordendo...mordendo meus nervos! Estava estressada com isso!!!

Então, metaforicamente falando, quando digo que uma abelhinha está me mordendo significa que: Alguém, alguma coisa ou algo ativou meu botão da raiva, estresse, teimosia, ignorância, arrogância e por ai vai!

Não esquecendo: Escolhi abelhas em homenagem ao meu curso de ciências biológicas, pois trabalho com insetos, especialmente @abelhas e @vespas!

Fotos do meu famoso caderno de Alfabetização






Primeira Capa do Caderno.   
Aqui é um quadro de demonstração do meu caderno.
O motivo de eu ter colocado é que pra mim ele é especial (mais que especial), pelo fato de ele ter me dado algo a mais, as lembranças de eu ter aprendido a ler e a escrever e a falar mesmo com os ouvidos sem sons!






Início da Segunda Capa.


Lindo né? 















O português Primitivo










                                                                                  










Enfim, é isso!




                                               

20 janeiro 2010

As Irmãs Hooker

Eu assisti a um documentário dia 19 de janeiro, no qual fiquei absolutamente apaixonada e impressionada, a gente acha que nada vai nos impressionar, mas esse documentário me deixou muito feliz.


O documentário passava no canal Discovery Home & Health, infelizmente não era legendado, mas mesmo assim assisti, tentei me virar pra ver se entendia em inglês os lábios (isso! em inglês! e não sou lá essas coisas em inglês, só sei I Love You) no momento em que a mãe, o pai e a irmã faziam seus depoimentos, e pro meu azar, nada adiantou! Já vou reclamar, por favor Home & Health, tentei colocar legenda ai, porque sinceramente nem todo mundo escuta né? 


Então como fiquei curiosa, eu fui pesquisar sobre as Irmãs Hooker no google.


As irmãs Hooker são trigêmeas, chamadas de Zoe, Sophie e Emma que são surdas e cegas, isso mesmo, todas elas! A mãe chamada de Liz teve uma complicação na gravidez, elas nasceram com apenas 24 semanas de gestação, então, isso impediu que elas adquirissem a formação completa natural dos olhos e outra complicação foi o uso de antibióticos durante a gravidez para permitir a sobrevivência dos bebês, mas esse procedimento prejudicou a audição das recém-nascidas.







O Documentário conhecido como DEAF & BLIND TRIPLETS, fala da jornada que os pais (Liz e George) fizerem desde que elas nasceram acrescentando à vida delas a melhor terapia possível para permitir que suas vidas seja a mais normal possível. A mãe optou por colocar logo cedo um implante coclear nas três filhas a fim de melhorar a comunicação e contratou vários especialistas para desenvolver a comunicação e principalmente contrataram uma educadora especial no desenvolvimento da comunicação em crianças surdas e cegas.


Quando eu assistia, percebi que a comunicação das crianças surdas e cegas requer muito contato físico. Elas são crianças muito ativas, muito esportivas, adoram nadar, andar de carro (a sensação de sentir o vento pra elas é maravilhoso) e acima de tudo o amor dos pais pelas crianças é indiscutível, eles encaram esse desafio de forma muito positiva e com muita expectativa e esperança, sempre querendo o melhor para elas, estão sempre a procura de novas formas de terapia para melhorar sua comunicação.


Eu recomendo e aconselho pra quem tem TV por assinatura procurar o canal e assistir esse documentário, porque isso encheu meu coração de esperança e força de vontade! Ok? Vão lá!





Aqui são elas: As Irmãs Hooker. (Fonte: Discovery Brasil)









Treinando o Bom e Velho Português.


Minha vida em Belém era assim:


Eu era uma criança ocupada o dia todo, mas tinha tempo também pra brincar (é claro).


Além de ter conseguindo uma vaga no Felipe Smaldone, eu ainda fui matriculada numa escola particular bem pertinho de casa, na verdade na rua da minha casa, que ficava no início da minha rua, eu a- do- ra- va, porque eu ia a pé sozinha, aquilo me tava uma independência maravilhosa, de chegar na escola sozinha e procurar meu lugar bem na frente da professora. Minha mãe fez deixando eu fazer isso, pois me ajudou a me virar sozinha em tudo.


Então, era assim: eu acordava cedinho, uma seis da manhã, tomava meu banho, é claro, minha mãe que me acordava. O engraçado, todo dia ela me tava uma mamadeira no café da manhã (mas como eu era fresca!) aquele leite quetinho especial que só minha mãe sabia fazer, eu tomava ele na cama mesmo e a-do-ra-va, ou melhor, a-ma-va! 


Terminando meu leite, ia tomar banho, eu mesma arrumava meu cabelo, penteava, calçava meu tênis, um maiô azul e uma saia branca plissada, terminando, e eu e mamãe íamos pegar dois ônibus para chegar ao Felipe, eu morava na Cidade Nova 5, e o Felipe Smaldone ficava bem no centro de Belém, então era muito longe ( pra quem mora em Belém sabe do que estou falando!). Mamãe me deixava lá e me esperava até eu terminar, e íamos embora bem na hora do almoço, nessa hora, eu me lembro muito bem, era insuportável, aquele montão de gente esperando o ônibus, aquele ônibus lotado e eu ficava com falta de ar, sério mesmo, eu passava mal, ficava com enjôo, porque era muita gente, pelo amor de Deus hauhauahuahuahuhua.


Chegávamos em casa e almoçávamos, depois tomava novamente meu banho, fazia aquele ritual de beleza, colocava meu uniforme, no qual o nome da minha escola era Céu, e colocava novamente minha saia plissada, mas dessa vez era azul, acho que eu adorava saia plissada hein?! 


E lá ia eu em plena tarde debaixo do sol, andando na calçada, olhando casa por casa, em direção a minha escola e voltava à tardinha lá pelas 5 da tarde e chegava em casa tomava meu banho e colocava minha roupa e ia brincar, ou andava de bicicleta ou andava de patins ou bolava uma brincadeira com minhas vizinhas. e mais alguma coisa que nem lembro mais.


Depois de algumas hooooras, lá vinha minha mãe me chamando pra entrar porque era hora de fazer o treino da Al-Fa-Be-Ti-Za-Ção. Eu todo suja, e adivinhem? Tinha que tomar outro banho, mas nessa nada de ritual de beleza!


Era meu pai e minha mãe comigo na sala de casa, eles pegavam o meu caderno de alfabetização e ficavam treinando comigo a minha fala e voz, era aquela coisa toda que a fonoaudióloga recomendou, eu tocava na garganta deles pra sentir a vibração das palavras e colocava a mão na frente da boca deles pra sentir o vento saindo, como por exemplo, o F, quando o pronunciamos sai um ventinho da nossa boca e com o V não sai, era assim, é claro, tinha que fazer isso com todas as letras do alfabeto no nosso bom e velho português.


Gente! Era assim todos os dias, todo santo dia, tinha dias que eu ficava de saco cheio, mas tinha que fazer ou apanhava hauhauahuahauhauhua. A dedicação dos meus pais por mim é uma realização de vida, amor, e força de vontade e mais outras palavras indescritíveis. 

05 janeiro 2010

Aprendendo a falar CIRCO!





Isso mesmo, eu tive que aprender a falar circo.


Eu não sabia de jeito nenhum!
Era uma baita dificuldade.


Imaginem meu pai, a mamãe me pressionando pra falar Circo!
Circo!!!! Porque eu adorava ir no circo!!


É, me lembro que demorou muito pra eu falar isso, era  assim:                                                                                                                                     
                                                                      
Papai dizendo: Circo.


Eu : Cinco


Papai: Circo! E colocava a minha mão na garganta pra eu sentir a vibração do R (erre).


Eu: Cinco, e repetia de novo, “cinco”.


Papai: Não minha filha, tenta ai é “Circo”, tenta falar o erre! Ele já tava começando a brigar comigo. Ele queria porque queria que eu aprendesse logo e logo!


E eu: Cinco, e de novo “cinco”.  De novo o papai colocava a minha mão na garganta dele pra eu sentir o erre, e eu começando a ficar muito p... é claro que nem conhecia essa palavra puta naquela época.


Comecei a chorar de raiva e até hoje faço isso, eu tava cansada, não queria falar circo, eu não tava conseguindo, era tão difícil. Acho que passamos uns dias tentando falar essa palavra. Circo, circo, circo, circo e eu cinco, cinco e cinco e novamente CINCO e às vezes de tão cansada cheguei a falar cico....Aff.. E papai me pressionando e nem deixava eu descansar, coisa de pai né, ou vai saber, a vontade dele de aprender circo era maior que a minha porque eu já tava de saco cheio, mas afinal...


Realmente, papai batalho comigo pra eu aprender a falar circo, a batalha foi tanto e adivinhem?


Aprendi a falar Circo!!!! Hauauhua. Imagina a felicidade do papai e da mamãe, finalmente falei circo!!! Eu tinha apenas 5 aninhos e eu tava tão alegre, mas tão alegre que fiquei repetindo a mim mesmo circo, circo e circo!


Eu agradeço meu pai por ser tão batalhador comigo e olha até hoje ele faz isso, quando eu não pronuncio direito umas palavras ele me manda repetir várias vezes até acertar! Por exemplo, vergonha, eu falo até hoje vergona hauahuahuau é minha vida!


Ps: Eu que fiz o circo.

Gentee

Me desculpem! fiquei sem tempo esses dias ai! to preparando material aqui pra postar!! beijoss